Os alunos do 4º semestre tiveram na última segunda feira (9) treinamento prático de imobilização e remoção adequada de vítimas de acidentes.
O treinamento faz parte da disciplina de urgência e emergência e foi ministrado pelo soldado Vanio do Corpo de Bombeiros de Marechal Cândido Rondon.
Os alunos puderam aprender e praticar a seqüência sistemática de avaliação da vítima (Análise Primária e Secundária) e as diversas técnicas que visam transportar qualquer vítima com segurança. A maioria das vítimas de trauma necessitará de algum tipo de imobilização e a totalidade necessitará de transporte. O objetivo da imobilização é a condução das vítimas à assistência especializada sem causar danos adicionais, principalmente no que diz respeito à coluna vertebral.
Abaixo, alguns momentos do treinamento:
Técnicas de manipulação
- Rolamento de 90º.
- Rolamento de 180º.
- Elevação a cavaleiro.
- Retirada de capacete.
- Imobilização de fraturas.
COLOCAÇÃO DE COLAR CERVICAL
É importante que a vítima tenha sua cabeça e coluna cervical imobilizadas manualmente até que elas estejam fixadas em dispositivo próprio. Para imobilizar parcialmente a coluna cervical da vítima, emprega-se um dispositivo de resina resistente que envolve o seu pescoço como se fosse um colar. O colar cervical, isoladamente, não imobiliza o pescoço, apenas limita os movimentos de flexão. Utiliza-se então, o imobilizador lateral (bachal) ou fitas adesivas e rolos de pano para fixação na prancha longa.
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Técnicas de estabilização da coluna cervical e a colocação de colar cervical conforme o tamanho da pessoa (Vítima sentada) |
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Apoiar a cabeça da vítima para evitar movimentação (estabilização manual da coluna cervical) até a colocação do colar cervical |
ROLAMENTOS
São manobras que servem para colocar as vítimas sobre a
tábua de transporte . O princípio básico dos rolamentos é a mobilização da vítima como um todo, em monobloco. Deve-se tomar cuidado especial com o alinhamento da coluna da vítima, em todos os seus segmentos.
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Técnica para girar caso não haja respiração ou esteja com dificuldade de respirar - vítima encontrada em decúbito ventral |
Quando os rolamentos são realizados por três pessoas, por exemplo, uma delas fica responsável pelo controle cervical, a outra vai mover o ombro e o quadril (tronco), e a terceira fica responsável pelo quadril e pelas pernas da vítima, todas agindo em conjunto e mantendo o alinhamento. O rolamento a 90 graus permite que uma vítima em decúbito dorsal seja rolada para que se posicione a tábua de transporte sob a mesma; o rolamento a 180 graus permite que a vítima em decúbito ventral seja primeiramente rolada a 90 graus e depois seja colocada sobre a tábua de transporte.
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Rolamento de 180 graus: empregado para vítimas encontradas em decúbito ventral |
O socorrista posiciona ajoelhado atrás da cabeça da vítima e estabiliza a cabeça e pescoço. A prancha é posicionada no lado para qual a vítima será rolada. Os outros dois socorristas se posicionam ajoelhados sobre a prancha, no nível dos ombros e dos quadris. Os membros devem ser alinhados. Após comando verbal, é feito meio rolamento na direção da prancha, ficando a vítima de lado. Os dois socorristas saem da prancha ficando sobre o solo. Ao novo comando, completam o rolamento, deitando a vítima sobre a prancha. Coloca-se então, o colar cervical e completa-se a imobilização.
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Rolamento de 180 graus |
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Uma vez posicionada sobre a tábua, a vítima deve ser | adequadamente fixada com tirantes. |
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ELEVAÇÃO DA VÍTIMA
A finalidade dessa manobra é erguer a vítima do solo, quando o
rolamento não é possível, e colocá-la sobre a tábua de transporte. A elevação pode ser realizada por duas, três ou mais pessoas.
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Elevação a Cavaleiro: indicada em vítimas encontradas em decúbito dorsal |
Elevação a cavaleiro
Indicada em locais estreitos. Um socorrista posiciona-se a cavaleiro nível dos ombros do paciente, estabilizando manualmente sua cabeça e seu pescoço. O colar cervical é aplicado por outro socorrista. Posiciona-se a prancha próximo aos pés da vítima, no sentido de orientação de seu corpo. Outro socorrista posiciona-se o cavaleiro sobre a vítima no nível do seu quadril e outro no nível dos pés. Promove então, alinhamento dos membros, no eixo do corpo e, ao comando, a pessoa é elevada em bloco, cerca de 20 cm. O socorrista próximo aos pés desliza a prancha por baixo do corpo da vítima. Mediante novo comando, o paciente é colocado sobre a prancha e devidamente fixado.
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posicionamento da vítima na tábua de imobilização |
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Prancha Longa
É o equipamento indicado para a remoção de vítimas encontradas em decúbito (deitadas). Eventualmente, pode ser utilizada como suporte secundário quando outros materiais são empregados. É feita de compensado naval ou resina resistente. Possui saliência para que o socorrista possa introduzir seus dedos e elevar a prancha, e sua espessura deve ter poucos centímetros para facilitar a colocação do paciente. Sua superfície deve ser lisa para facilitar o deslizamento da vítima. A maioria das pranchas encontradas no mercado suporta até 150 Kg.
A vítima deve ser fixada na prancha por, pelo menos, três cintos (tirantes), que devem estar posicionados nos ombros, no quadril e acima dos joelhos. Após o ajuste do tronco e das pernas, fixa-se a cabeça. Só neste momento pode-se liberar a imobilização manual.
As técnicas para colocação de pacientes na prancha longa devem respeitar a estabilização da coluna vertebral, movimentando a vítima em bloco. As mais utilizadas são as manobras de rolamento.
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Vítima posicionada na tabua de imobilização com cintos e imobilizador lateral de cabeça |
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Técnica de transporte de vítima na tábua usando 4 pessoas
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TÉCNICA DE RETIRADA DO CAPACETE:
A técnica consiste em retirar o capacete de um motociclista no local do acidente, e tem como objetivo r
emover corretamente o capacete, visando diminuir o risco de lesão adicional, permitir a avaliação imediata das vias aéreas e da ventilação do paciente, e realizar a imobilização da coluna se indicado.
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é necessário dois socorristas: um para estabilizar a cervical e outro para retirar cuidadosamente o capacete |
Durante o procedimento e após a remoção do capacete, o segundo profissional deve estar preparado para suportar o peso da cabeça do paciente, mantendo-a imóvel na posição inicial e realizar o alinhamento cervical, se indicado, para posteriormente colocar os coxins atrás da cabeça, mantendo-a em posição neutra alinhada, se disponível.
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A estabilização manual é mantida até a colocação do c | olar cervical; |
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IMOBILIZAÇÃO DE EXTREMIDADES
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Imobilização do braço na posição encontrada, com uma tala e bandagens |
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imobilização de membros inferiores |
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Imobilização de membro inferior usando papelão e bandagem triangular |
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Imobilização de membro inferior usando papelão e bandagem triangular |